"João XXIII e João Paulo II tiveram a coragem de contemplar as feridas de Jesus, tocar as suas mãos chagadas e o seu lado traspassado. Não tiveram vergonha da carne de Cristo, não se escandalizaram d’Ele, da sua cruz; não tiveram vergonha da carne do irmão, porque em cada pessoa atribulada viam Jesus. Foram dois homens corajosos, cheios da parresia do Espírito Santo, e deram testemunho da bondade de Deus, de sua misericórdia, à Igreja e ao mundo. Foram sacerdotes, bispos e papas do século XX. Conheceram as suas tragédias, mas não foram vencidos por elas. Mais forte, neles, era Deus; mais forte era a fé em Jesus Cristo, Redentor do homem e Senhor da história; mais forte neles, era a misericórdia de Deus que se manifesta nestas cinco chagas; mais forte era a proximidade materna de Maria".
"E esta é a imagem de Igreja que o Concílio Vaticano II teve diante de si. João XXIII e João Paulo II colaboraram com o Espírito Santo para restabelecer e atualizar a Igreja segundo a sua fisionomia originária, a fisionomia que lhes deram os santos ao longo dos séculos. Não esqueçamos que são precisamente os santos que levam avante e fazem crescer a Igreja. Na convocação do Concílio, João XXIII demonstrou uma delicada docilidade ao Espírito Santo, deixou-se conduzir e foi para a Igreja um pastor, um guia-guiado. Este foi o seu grande serviço à Igreja; foi o Papa da docilidade ao Espírito" (PAPA FRANCISCO)
Texto proveniente da páginahttp://pt.radiovaticana.va/news/2014/04/27/papa_francisco:_joão_xxiii_e_joão_paulo_ii_não_tiveram_vergonha_da/bra-794286
do site da Rádio Vaticano
Francisco recordou que Cristo tomou para si todo sofrimento do mundo. O Papa convidou fiéis a beijarem o crucifixo e agradecerem a Deus por essa entrega
Rádio Vaticano
Estando na Semana Santa, o sofrimento de Cristo na cruz foi o centro da reflexão do Papa Francisco, na catequese desta quarta-feira, 16, na Praça São Pedro. O Santo Padre enfatizou a Ressurreição como a intervenção de Deus Pai que traz esperança, e não como o final feliz de uma fábula.
Francisco falou da liturgia do dia, que narra a traição de Judas, o que marca o início da Paixão de Cristo. Trata-se de um percurso doloroso que Jesus escolhe com absoluta liberdade e atinge o ponto mais profundo na morte de cruz: morre como um derrotado, um falido.
“Olhando Jesus, na Sua Paixão, nós vemos, como num espelho, os sofrimentos da humanidade e encontramos a resposta divina ao mistério do mal, da dor e da morte. Tantas vezes, sentimos horror pelo mal e pela dor que nos circunda e nos perguntamos como Deus permite o sofrimento e a morte, principalmente dos inocentes. Quando vemos as crianças sofrerem, é uma ferida no coração. E Jesus toma todo este mal, este sofrimento sobre si”.
Aceitando essa humilhação e essa aparente falência por amor, Jesus supera e vence a morte. Segundo o Papa, se não tivesse existido essa morte tão humilhante, Jesus não teria mostrado a medida total do seu amor. Foi um caminho que não coincide com os critérios humanos, pois cura por meio das chagas.
A Ressurreição também mostra, conforme explicou o Papa, que quando tudo parece perdido há ainda a intervenção de Deus. Segundo ele, os momentos mais difíceis da vida indicam a hora do despojamento total, mostram como o homem é frágil e pecador. “É justamente, então, naquele momento, que não devemos mascarar a nossa falência, mas nos abrirmos confiantes à esperança em Deus como fez Jesus”.
Francisco destacou que, nesta semana, se pensa muito na dor de Jesus. Então, este é um momento para reconhecer que o sofrimento de Cristo foi por amor ao ser humano. “Mesmo se eu fosse a única pessoa no mundo, Ele teria feito. Fez por mim (…) Esta semana nos fará bem pegar o crucifixo e beijá-lo muitas vezes e dizer: ‘Obrigado, Jesus! Obrigado, Senhor!’”.